COMBINADOS, QUANDO DIALOGADOS TRANSFORMAM RELAÇÕES ENTRE ADULTOS E CRIANÇAS
Temos ouvido ao longo dos tempos, que fazer combinados com as
crianças é de extrema importância em sua formação.
Sim! Concordamos, pois ao
inserirmos as crianças em práticas de discussões e reflexões estaremos
contribuindo com o processo educativo das mesmas.
No entanto, o que mais observamos são combinados unilaterais.
Os adultos ditam as normas e as crianças obedecem. São pseudo-combinados, tendo em
vista que não se oportuniza o diálogo sobre as questões em voga. Tipo: “hoje
nós vamos à pracinha, mas você não pode correr, não pode isso... não pode
aquilo e não...não e não. Combinado?”
Dessa forma, o que estamos de fato fazendo é ditando as
normas a serem cumpridas e não combinando com as crianças as atitudes que precisam ser vivenciadas no
decorrer do passeio.
Melhor seria: “Hoje vamos à pracinha. Vocês já conhecem o
melhor espaço para brincar? Para que possamos aproveitar o nosso passeio precisamos
combinar algumas coisas...” E assim, permitir que as crianças expressem as suas opiniões sobre como pensam em aproveitar o passeio.
Refletir com elas quando as opiniões estiverem em desacordo
com o melhor para todos, bem como, destacar as opiniões que garantem um dia de
qualidade.
Isso não significa acatar todas as opiniões, mas exige oportunizar
que as crianças relatem seus desejos, sonhos e necessidades.
A partir dos seus dizeres, problematizar as questões que são
fundamentais de modo que os envolvidos no passeio possam entrar num acordo.
Exercer a autoridade é fundamental no processo de combinar
algo. Assim, estaremos de fato propondo um combinado.
Na volta do passeio, é muito importante sentar e avaliar os
modos como o combinado foi respeitado. Se o combinado não foi cumprido, devemos promover novas reflexões,
tendo em vista a importância da educação com e pelo diálogo.
Lembre-se:
As crianças exigem coerência nas atitudes
[1]
Ana Maria Louzada é Mestre em Educação, Orientadora Educacional, Escritora e
Consultora em Educação.
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