EDUCAR COM RIGOR SEM PERDER O AMOR... E SEM AMEAÇAS!
Ana Maria
Louzada[1]
Muitas vezes acreditamos que as ameaças são nossas
aliadas, tendo em vista que por causa do medo as crianças atendem com mais
facilidade.
Por isso, é comum as famílias ameaçarem as crianças com alguma
punição quando desobedecem, desde tirar algo de que mais gostam como deixá-las
no famoso cantinho do pensamento.
Esquecemo-nos de que as ameaças não
contribuem para o desenvolvimento emocional, social e intelectual das crianças.
O que de fato acontece é o enfraquecimento das orientações, pois a mesma tira o
foco da questão principal, isto é, a ameaça passa a ser o motivo central e não
as questões que precisam melhorar.
Precisamos destacar como motivo principal as questões
que estiverem necessitando da nossa mediação. Se a criança está precisando melhorar a
nota na escola, por exemplo, é porque algo deve estar acontecendo. Ao invés de
ameaçá-la, procure compreender os motivos pelos quais ela não está se
apropriando dos conhecimentos, e assim, num processo de diálogo, estabelecer
com ela as metas que podem promover a melhoria da sua aprendizagem.
Reorganizar a rotina diária com um tempo para os
estudos em questão, organizar um cantinho adequado para a realização das
tarefas de casa, refletir com a criança os conhecimentos que precisam de mais
atenção, são objetivos fundamentais para alcançar a meta.
Vale também, diminuir os momentos de jogos no celular,
as horas de brincadeiras com os colegas, algumas atividades extras que tomam o
tempo da criança, assim como, qualificar os tempos de sono, de lazer e de
interação com a família e amigos.
Porém, tudo isso sem o diálogo de nada adianta. Não é
ameaçando que a criança deixará de mexer onde não pode, de bagunçar o quarto,
de preferir o computador à comer na hora certa, etc.
Mas também de nada adianta se o diálogo não prescrever limites, e acima de tudo não evidenciar a autoridade de quem educa. As crianças precisam de boas referências e coerências nas proposições. Precisam de acompanhamento cotidiano e chamadas de atenção quando não estiverem cumprindo os combinados. O diálogo que educa precisa ser exigente e coerente, amoroso e reflexivo.
O importante é encontrar o
tom da criança. Cada uma tem um jeito próprio de dialogar e você pode ao
reconhecer as peculiaridades de cada uma estabelecer uma relação mais
humanizada em sua formação.
Além disso, ameaçar sem cumprir é ainda pior, pois
enfraquece a credibilidade de quem está educando. A palavra fica árida,
autoritária e caracteriza falsidade. Mentiras, chantagens e ameaças não ajudam as
crianças a lidarem com as frustrações, nem possibilitam o amadurecimento dos
valores.
Lembre-se de que a educação com e pelo diálogo é muito
importante. As orientações devem ser coerentes com a formação ética e exigente
com os princípios morais. Educar com rigor sem perder o amor é fundamental na
formação das crianças.
[1] Ana Maria Louzada é Mestre
em Educação, Orientadora Educacional, Escritora e Consultora em Educação.
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